terça-feira, 30 de junho de 2009

Música de abertura da malhação-2009



Este é o tema de abertura da malhação. Fazendo uma articulação da novela com a música deste ano e dos anos anteriores, pudemos perceber que a mesma é intrínseca ao conteúdo da novela.
Desta forma, inferimos que suscinta no jovem uma escolha na vida, uma posição entre o bem e o mal, o que tem total ligação com os personagens e suas relaçoes apresentadas na novela. Observamos que nela sempre aparece um momento de decisão, de escolha do jovem. Escolha esta de profissão, de grupos, de identidade, relações afetivas e outras.Um ponto também que elencamos, é a escolha da banda NX Zero, pelo produtor da novela ou por algum profissional da produção, que é uma banda que atinge ao público jovem, com o qual este se identifica, demonstrando assim uma intencionalidade implicita da mídia, em atrair este público como partícipes da audiência garantindo assim o sucesso da Malhação.

Bem ou Mal
Nx Zero
Composição: Diego Ferrero / Leandro Rocha / Túlio Dek

O começo e o fim podem ser iguais/Depende de quem vai achar uma resposta/A inveja que mata não me afeta mais/Pois o que conquistei tem o direito de ser meu./(Entre o bem e o mal, e a escolha certa/Pouco tempo pode ser demais pra quem sabe o que quer/Pra quem respeita a vida e assim mesmo/O tempo muda sempre cada vez mais/E dentro de você existe o bem e o mal e a escolha certa)/A vida é curta demais pra sempre reclamar /e não correr atrás dos sonhos que almeja o que você me diz, não me afeta maispois o que conquistei tem o direito de ser meu/(Entre o bem e o mal, e a escolha certa/Pouco tempo pode ser demais pra quem sabe o que quer/Pra quem respeita a vida e assim mesmo/O tempo muda sempre cada vez mais/E dentro de você existe o bem e o mal e a escolha certa)/Então chega ae Túlio Dek,Então vai!/Então faça a sua escolha logo e se decida/Vai querer o mal ou o bem pra sua vida?/O tempo é muito curto, não pode demorar/Escolha qual caminho você vai querer trilhar/Tudo nessa vida é merecimento/O que a brisa leva, volta com o vento/Se não se decidiu, então corra atrás/Entre o bem e o mal, eu fico com a paz!/E pouco tempo pode ser demais pra quem sabe o que quer/Pra quem respeita a vida e assim mesmo/O tempo muda sempre cada vez mais/E dentro de você existe o bem e o mal e a escolha certa...

Confiram as letras dos anos anteriores e vejam se elas apresentam alguma relação com o conteúdo que é transmitido na novela, como relações afetivas, mudança de atitudes e outros.
  • 2007/2008
  • 2006

http://vagalume.uol.com.br/malhacao/charlie-brown-jr-lutar-pelo-que-e-meu.html

sábado, 27 de junho de 2009

Resenha de:O que se pode aprender com a “MTV de papel” sobre juventude e sexualidade contemporâneas.




SOARES, Rosangela de F. R. e MEYER, Dagmar E. Estermann. O que se pode aprender com a “MTV de papel” sobre juventude e sexualidade contemporâneas. Revista Brasileira de Educação. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Faculdade de Educação. São Paulo, mai-ago, número 23, 2003.

As autoras afirmam que há a emergência de uma “nova” identidade juvenil e que deve ser pensada a partir da cultura juvenil e o crescente complexo global da mídia. Assim para as autoras estamos vivenciando um contexto, no qual a construção discursiva e social da juventude, que vai para além do âmbito da escolarização não se limita a ele, mas também abarca outros espaços pedagógicos. Como por exemplo, os meios de comunicação de massa que são considerados pelas autoras, como artefatos culturais, onde se inclui revistas e programas de televisão. Soares e Meyer se propuseram a analisar a revista MTV, que é um artefato cultural, como foi supracitado, que produz significados, ensinando determinado comportamento e os intitulando como os comportamentos adequados. Esta revista teve seu lançamento em março de 2001, sendo que apenas o Brasil, foi contemplado com a produção da mesma A partir da análise desta revista, pelas autoras se tem a intencionalidade de avaliar como este artefato cultural ajuda a constituir as formas de ser e de viver a sexualidade juvenil na contemporaneidade.
As autoras colocam que houve com o passar do tempo novas significações no que diz respeito à linguagem, cultura, currículo e pedagogia. As teorias Educacionais pós-críticas estão encarregadas de explicar estas mudanças. De acordo com esta teoria, a produção de conhecimento, as práticas sociais e culturais a ela vinculadas são entendidas como um movimento provisório, inserido e imbricado em relações de poder. Assim aponta-se para o pressuposto de que nada é natural, nada está dado de antemão e tudo pode ser passível de ser problematizado.
No contexto desta teorização a linguagem funciona como elemento central da organização social e da cultura e é fruto das relações de poder. Está totalmente relacionada e implicada com a produção daquilo que reconhecemos como nós e eles, certo e errado, igual e desigual. Desta forma, a linguagem esta implicada com a produção das identidades e das diferenças, com as hierarquizações e desigualdades presentes nas sociedades e culturas diversificadas. Este é o sentido de linguagem trabalhado no texto pelas autoras.
Diferença e identidade também são aspectos utilizados pela autora para teorizar a temática. Ambas as categorias são culturalmente produzidas. São dadas de acordo com as relações sociais e culturais, são atravessadas pelas relações de poder que estão presentes nos sistemas de significações. São relacionais e mutuamente dependentes. Isto se deve ao fato de que para a existência da identidade requer a fundamentação em algo externo a ela, sobre outra identidade, que não é a dela, sobre a diferença. Assim a identidade é marcada pela diferença, sendo ambas produzidas, ao mesmo tempo, no interior de processos de diferenciações, cujos resultados, são a identidade e a diferença.
O corpo é colocado como um exemplo, é tanto operador quanto um território importante dos processos de diferenciações, e isso é muito evidente e significativo, para as autoras, para se discutir sexualidade e gênero em sua relação com a juventude. Tornar-se hetero ou homossexual, homem ou mulher, envolve aprendizagens que estão inscritas nos corpos. Aprendizagens estas que estão invisíveis e tidas como comportamentos normais e naturais da anatomia de cada ser humano, ou devido aos hormônios que delimitam as identidades sexuais e de gênero desde o nascimento. Assim o corpo está envolvido nos processos de classificação e hierarquização cultural e social das diferenças, como também nos processos que buscam definir as identidades sexuais e de gênero. Diante disto, o questionamento que é feito pelas autoras, não é o fato de uma pessoa ser homossexual e a outra heterossexual, mas quais os mecanismos presentes na sociedade que colocam o hetero como normal e o homo como anormal. Que sistema de classificações é este, que classifica diferença e identidades como anômalas. Há na sociedade um sistema de classificações perpassado pelas relações de poder que indica quem é gordo, quem é magro, o que é ser saudavel e outros aspectos.
Teorizaçoes como estas realizadas pelas autoras, mostram como o processo educativo se faz para além dos espaços formais de aprendizagem, se estendendo aos meios de comunicação, brinquedo, literatura, que concebem formas conflitantes de viver a juventude, o corpo, a juventude e a sexualidade.
As autoras não desconsideram a importância da escola no processo de aprendizagem do jovem. Pontuam que, é um espaço de aprendizagem especifica e difrenciada, que não pode ser realizada em outro local. É considerada uma instituição que interfere, aprofunda ou fragiliza as aprendizagens que fazemos em outras instancias sociais, ao que as autoras denominam como pedagogia cultural.
No subtítulo “Apresentando o admirável mundo MTV”, as autoras relatam um breve histórico sobre a MTV (Music Television) descrevendo o momento de seu surgimento - em 1981 nos Estados Unidos - seus objetivos iniciais e também a forma como a emissora cresceu e se expandiu.
As autoras salientam o fato da MTV sempre divulgar a si mesma, além dos produtos de seus patrocinadores, e que isto é uma tendência observada no site, na emissora e na revista. Devido seu caráter global, acredita-se que a MTV deseja criar uma cultura juvenil no mundo como um todo, através do consumo não apenas dos produtos que ela exibe, mas também dela própria, isto é, a emissora, o site e a revista. De acordo com uma pesquisa realizada em 45 países do mundo, estima-se que a MTV é “um dos fatores mais significativos para os gostos e comportamentos compartilhados pelos adolescentes de classe média que participaram de tal pesquisa”. (Soares e Meyer, 2003, 140)
No texto, o jovem ao qual a MTV se dirige, é denominado “Cidadão MTV”. De acordo com as autoras este é um jovem que teria uma consciência profunda de seu lugar na sociedade. Podemos então compreender a razão da frase “faça a sua parte” estar presente em todas as campanhas sociais abordadas na revista, ou seja, na MTV de papel.
Ao descrever o “cidadão MTV” o texto remete a uma matéria publicada na revista MTV brasileira, onde se afirma que na atualidade todos os continentes assistem a MTV, pois literalmente esta atingiu uma dimensão global, inovando na linguagem televisiva, com planos curtos, rápidos, fragmentados. Esta linguagem MTV é similar em todos os países em que é transmitida, porém também é feita uma combinação às particularidades das programações locais, mistura-se o global ao local.
É nesta demarcação que as autoras afirmam que a partir dos anos 50 e 60 os jovens começam a se diferenciar dos adultos, adquirindo um rosto próque a partir dos anos 50 e 60 a juventude começa a se diferenciar dos adultos, adquirindo um rosto pr uma dimensçprio e como conseqüência tornando-se alvo do mercado, desde então este fenômeno vêm aumentando. No Brasil, os anos 90 marcam um enorme crescimento do mercado para o público jovem, envolvendo revistas, direcionadas especificamente para jovens, e na televisão, programas de auditório e novelas.
O texto demonstra que na MTV juventude e sexualidade são sempre temas centrais, há uma grande diversidade de programas abordando esta temática na emissora e também nas páginas da revista, o que caracteriza uma busca por tornar-se um referencial na popularização da sexualidade, evidenciando o quanto ela está relacionada à juventude, neste sentido, as autoras destacam alguns dos programas e matérias que comprovam esta proposição.
Trata-se, portanto de um texto útil para quem tem interesse em estudar a temática da juventude, considerando as implicações geradas pela mídia no desenvolvimento da sexualidade nesta etapa da vida humana.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Diversão ou Manipulação?











Midia influencia o comportamento dos jovens


Pesquisa realizada pela Unesco em 23 países, incluindo o Brasil, revelou que 93% das crianças têm acesso a televisão. E pelo menos 44% delas não sabem diferenciar a realidade do que é mostrado na tela. Na adolescência, a TV não perde seu lugar de destaque. Mas, de acordo com pesquisa que o suplemento Pop (O Popular – GO) realizou com 155 jovens de 40 países, via internet, um total de 132 afirma estar ciente da influência negativa de alguns meios de comunicação.
A socióloga Ivanilde Moura acredita que a televisão funciona como uma faca de dois gumes: "ao mesmo tempo que aliena, ela também desperta. O ponto negativo é o estímulo gratuito ao erótico".
Para Márcio Schiavo, especialista em comunicação, a mídia influencia negativamente quando exibe modelos comportamentais que podem ser seguidos eventualmente, sem que sejam avaliadas as conseqüências, como situações de violência e de uso de drogas.
A terapeuta Carlota Ximenes explica que os jovens são facilmente influenciados pela mídia, pois estão numa fase de transição, na qual fazem de tudo para chamar a atenção. "Um distúrbio psicológico aliado à influência da mídia pode ser desastroso", explica.
Há situações em que a influência da mídia não resulta em violência, mas sugere um comportamento distorcido. O cirurgião Sérgio Aidar informa que têm recebido em seu consultório muitas adolescentes com desejo de mudar o corpo, através da lipoescultura e do implante de silicone, para ficarem iguais a alguém famoso. "Elas cobram um peito igual ao da Feiticeira", destaca. Sérgio aponta que a mídia tem falado muito em cirurgias e que o programa Malhação, da Rede Globo, divulga a forma física ideal.
Outro indício do impacto da TV é o fato de as escolas de idioma italiano estarem registrando aumento no número de matrículas, graças à popularidade da novela Terra Nostra.

Fonte: Pop/O Popular - GO, pg. 3, 16/03 – Débora Pelles


O que se infere desta reportagem, é a grande influencia da mídia nas formas de ser de pensar da juventude. Comprovadamente, a mídia é partícipe do sistema de classificações, presentes na sociedade, ditando, ou melhor, impondo de forma implícita as formas de ser e de viver a juventude principalmente, no que diz respeito a sexualidade, como é o caso da revista todateen e a novela Malhação que estão sendo analisadas em nosso trabalho de campo.