domingo, 5 de julho de 2009

Relatório do Trabalho de Campo

•Introdução
O nosso trabalho de campo teve como metodologia a utilização de entrevistas semi-estruturadas com 10 jovens na faixa etária de 14 a 22 anos, no período do mês de junho. E ainda a observação de diferentes revistas, que tem como público alvo os jovens, realizando uma posterior análise sobre seu conteúdo, e o acompanhamento de alguns capítulos da novela malhação, tanto na internet quanto na televisão. A revista analisada foi a Todateen, contudo procuramos estabelecer uma comparação desta, no que diz respeito ao seu conteúdo, com a revista Yes teen, Capricho e Atrevida.
O roteiro de entrevista teve como base 12 perguntas que procuravam captar a opinião dos jovens sobre o que denominamos “mídia para os jovens”. Esta é entendida por nós, como alguns dos “artefatos culturais” (revistas e programas), de acordo com Soares e Meyer, que procuram em seu conteúdo atrair os jovens de diferentes maneiras. O nosso foco foi o entendimento de como a mídia, em seus diferentes aspectos, influencia na forma de ser e de viver a juventude e a sexualidade.

•Desenvolvimento
Em nossa observação sobre a novela malhação, a priori destacamos o fato da intencionalidade de seu horário de exibição. A novela é exibida por volta das cinco e trinta da tarde, horário este em que os jovens, em grande parte, estão em casa e tem a possibilidade de assisti-la. Percebemos que ela trata das relações entre os jovens, em sua grande maioria de classe média, o que se diferencia das outras novelas, exibidas em horários diferentes, que buscam tratar questões mais amplas, e não específicas aos jovens como a malhação. O cenário, onde se passa as relações sociais são diversificados, como hospital, academia, rua, barzinho e muitos outros. Contudo cabe destacar que o cenário principal é o da escola, onde se dá a maior parte das relações entre os jovens. Estas podem ser consideradas como relações de afetividade, amizades, construções de personalidade, identificações com “gostos”, competividade, de trabalho, familiares e tantas outras. Assim entendemos que a novela retrata diferentes relações em diferentes espaços.
Compreendemos também que dentre as diferentes temáticas abordadas na novela, a que se destaca, se dá em torno dos que são considerados “bonzinhos” e “malvados”, não fugindo assim a dicotomia mocinho ou mocinha e vilão e vilã das outras novelas. Essa dicotomia envolve a questão dos relacionamentos afetivos. Isto pode ser exemplificado com os casais da malhação. Estes são cercados por algumas pessoas que não desejam o seu relacionamento. Desta forma se utiliza de vários artefatos para poder separá-los, porém no final da temporada o casal sempre fica junto. Todo este processo se dá no decorrer da novela até que inicie uma nova temporada e modifique alguns personagens.
No que diz respeito à questão da sexualidade, entendemos que a questão dos relacionamentos amorosos é bastante abordada, na novela. Contudo, inferimos que a forma como ela é transmitida, se apresenta de maneira muito inconsistente e superficial. Por fazer um recorte de classe média, não condiz com a forma como a sexualidade é tratada de maneira geral, em todos os segmentos da sociedade. Desta forma, acaba por colocar o jovem de classe média, as suas relações sociais, a forma em que se expressa à sexualidade, como um modelo único a ser seguido, não considera assim as particularidades dos segmentos sociais.
Outro “artefato cultural” que utilizamos para analisar esta temática é revista Todateen, como foi supracitada. O primeiro aspecto que elencamos é o fato do conteúdo e imagens da revista ser de maior atrativo para as jovens. A questão da linguagem utilizada, também foi considerada por nós como um atrativo, tendo em vista que é simples e informal, e destinada diretamente às jovens, buscando assim uma maior identificação da mesma com a revista. No que se refere à sexualidade, percebemos que ela é muito elencada fazendo parte de maior parte do conteúdo da revista. Cabe ressaltar que mediante nossas pesquisas, encontramos dentro do site da revista, uma seção que é exclusiva para “tirar duvidas” das jovens, dúvidas estas sobre paquera e sexualidade. Ratificando assim, a nossa idéia de que a revista tem grande influência na sexualidade das jovens. O conteúdo abordado nesta seção e as respostas dadas pela revista as jovens é uma das formas de como se apresenta a influência destas sobre a vivência da sexualidade juvenil. A influência também foi observada nas formas de se vestir, de se maquiar, nos “gostos” musicais e de filmes, nos testes contidos na revista e na obtenção de produtos.
Realizando uma comparação da revista citada com outras, identificamos diversas semelhanças. Todas (sem exceção) tratam de moda, horóscopo, bandas musicais nacionais e internacionais, atores e atrizes de “filmes juvenis”, trazem pôsteres e reportagem de atores como os da Malhação e outros conteúdos. Contudo o principal aspecto que é trazido em maior quantidade na revista, é sobre as relações afetivas demonstrando assim o quão grande espaço é dado a sexualidade neste “artefato cultural”. A única diferença é que algumas revistas dão mais espaço e outras um pouco menos, mas tratando a sexualidade da mesma forma.
Cabe aqui ressaltar que o espaço dado à sexualidade juvenil nas revistas é muito maior do que na novela malhação e que em ambas o jovem que é referenciado é o de classe media. Isto ratificou a nossa idéia de que a influencia da mídia sobre as formas de ser e viver a sexualidade e juventude tem nítido recorte de classe.
No momento em que nos detivemos a analisar as entrevistas alguns pontos em comum nos chamou muito a atenção, os quais buscaremos elencar a seguir.
Notamos algumas diferenças e semelhanças no discurso dos entrevistados. Entendemos que entre aqueles que cursaram ou cursam apenas o ensino médio, há divergências entre os que o fizeram em escola particular e os de escola pública, independentemente da idade. Já entre aqueles que estão cursando nível superior (todos os entrevistados foram da UFRJ), em linhas gerais possuem um senso crítico mais apurado.
Durante o nosso trabalho percebemos que os entrevistados tinham dificuldade em opinar, pois apresentavam certo receio em responder de forma errada. Durante todo o tempo tínhamos que enfatizar que não havia respostas certas ou erradas, nós queríamos apenas compreender o que eles pensavam. Mas mesmo assim parecia que suas respostas eram referentes ao que eles achavam que queríamos ouvir.
Tivemos certa dificuldade em entrevistar pessoas do sexo masculino, pois grande parte destes não tinham o desejo de mostrar sua opinião, mas os poucos que entrevistamos, nos pareceram bastante críticos em relação ao assunto, o que nos remete a pensar que embora as revistas e novelas voltadas para o público jovem busquem atingir a todos eles, há uma aceitação muito maior destas por parte do sexo feminino.
Notamos que entre as entrevistadas, pouquíssimas tinham criticidade em relação ao assunto, sendo neste sentido a diferença fundamental o grau de escolarização, vimos meninas com a mesma idade, mas em graus de estudo diferenciados falarem de forma completamente distintas. Observamos que as meninas que cursaram ou cursam o ensino médio, mais da metade, – vale ressaltar que todas as entrevistadas com esta escolaridade estudaram ou estudam em escola pública – acreditam que o maior objetivo das revistas e novelas direcionadas ao público jovem é apenas entretenimento, diversão, fazer os jovens entender a realidade atual e transmitir as informações do momento. Entre aquelas que deram respostas mais críticas, dizendo que havia embutido nas revistas e novelas a tentativa de moldar o jovem a um determinado padrão notamos alguma incoerência no decorrer da entrevista, o que nos fez pensar mais uma vez, que suas respostas eram relativas ao que as entrevistadas pensavam que queríamos ouvir.
Metade das meninas afirmaram que achavam que as novelas principalmente, representavam a vida dos jovens em geral, independente da classe ou renda, a outra metade respondeu o contrário, mas poucas sabiam explicar porque pensavam desta forma. Apenas três delas explicitaram sua opinião, as duas que achavam que todos os tipos de jovens eram representados se justificaram dizendo que a novela mostrava as atitudes e a realidade do jovem de hoje, e aquela que pensava o contrário – vale ressaltar que esta cursava nível superior – afirmou que as novelas mostram uma espécie de mundo ideal, perfeito. Chamou-nos atenção, aquelas que justificaram suas respostas a favor da novela, pois o que nos pareceu é que elas sentiam-se representadas pelos personagens, no entanto, as entrevistadas não eram de classe média, como são os personagens da Malhação, isso nos faz refletir sobre o grau de envolvimento e influência que as novelas estão exercendo sobre estas meninas.
Tal incoerência não se observa entre os meninos, tendo em vista que, foi unanimidade entre eles a concepção de que a novela não representa a todos, no entanto, temos que considerar que os meninos entrevistados ou cursaram o ensino médio em escola particular ou estão cursando ensino superior, o que a nosso ver lhes dá certa vantagem em termos de senso crítico.
Raras exceções, praticamente todas as meninas e alguns meninos afirmaram assistir e acompanhar a novela Malhação, e algumas meninas disseram ler a revista Capricho. Sendo as únicas exceções aqueles que cursam nível superior, independente do sexo ou idade, todos afirmaram não assistir a novela referida, dentre estes a principal explicação é a falta de tempo.
Ao avaliar o conteúdo das novelas e revistas a maior parte das meninas consideraram que elas possuem um bom conteúdo, porém algumas discordaram e, entre os meninos houve certo equilíbrio, alguns responderam que são de bom conteúdo e outros que o conteúdo é ruim. Observamos nesta questão muita incoerência, mais por parte dos meninos, que apesar de se mostrarem contrários em todo tempo as novelas e revistas, as avaliaram como sendo de bom conteúdo, mas assinalaram que precisam ser melhoradas, ressalva que foi feita por pouquíssimas meninas.
Todos os entrevistados independente do sexo afirmaram que se relacionam com outras pessoas que tem o hábito de assistir as novelas ou comprar as revistas e, com exceção de uma menina, todos consideram que estas pessoas são influenciadas pelo conteúdo de tais artefatos culturais.
Outra contradição que observamos foi em relação à identificação, exceto uma menina, todos os entrevistados afirmaram não se identificar com nenhuma mídia direcionada ao público jovem. Ficamos muito surpresas, principalmente em relação às meninas, que são assíduas telespectadoras da novela Malhação. Quando indagadas a este respeito é que elas pararam para refletir na resposta que deram, então algumas mudaram de opinião e outras mantiveram sua resposta.
Novamente, com exceção de uma menina, todos os entrevistados negaram já ter comprado algo influenciado por novelas ou revistas.
Praticamente todas as meninas afirmaram já ter adquirido algum hábito na vida cotidiana influenciadas por uma novela ou revista direcionada ao público jovem, metade delas também disse que já adotou algum comportamento porque as novelas e revistas a convenceram que estava na moda e que usa palavras em sua fala influenciada pela fala de algum personagem. Entre os meninos as respostas foram unanimemente negativas.
Portanto entendemos que há um forte grau de incoerência nos jovens entrevistados no que se refere a influência da mídia. Talvez o próprio momento no qual se encontre, isto é, a juventude entendida aqui como fase de transição para a fase adulta, provoque um pouco de confusão nas posições tomadas por eles, ora se posicionando a favor, ora se posicionando contra, diante de um mesmo assunto.
Notamos que pessoas do sexo masculino e feminino são atingidas de forma diferenciada pela mídia, o que faz com que estes desenvolvam posições distintas frente ao mesmo fenômeno.

•Conclusão
Mediante a análise realizada concluímos que os jovens estudantes de escola pública, possuem um senso critico pouco desenvolvido, se comparados aos jovens de escola particular, estes por sua vez não são tão críticos quanto os que cursam nível superior. A este fato atribuímos uma parcela de responsabilidade, ao ensino público (básico e médio) de nosso país, que demonstra-se na maior parte da vezes, frágil e debilitado. Os jovens não estão tendo acesso a uma educação de qualidade, que os faça refletir e pensar sobre a realidade que vivem, tornando-se acríticos diante das questões contemporâneas. Aqueles que conseguem ser aprovados no vestibular, ainda têm a oportunidade de desenvolver seu senso crítico, mas conhecemos as dificuldades enfrentadas por jovens de baixa renda para ingressar no ensino superior público.
Inicialmente acreditávamos que a idade proporcionaria uma posição diferenciada entre os jovens, mas constatamos que o que desenvolve o senso crítico não é o aumento de idade, mas sim de conhecimento.
Diante deste quadro, concluímos que a influência da mídia ainda é muito atual na vida dos jovens, principalmente naqueles que não tiveram acesso a um ensino de qualidade. Isto nos faz pensar na falta de políticas públicas voltadas para esta parcela da população, o que em última instância denuncia que não é interessante ao capitalismo, dar subsídios para estimular o senso crítico nos jovens, mas sim deixar que eles continuem alienados pelos meios de comunicação, visto que assim jamais terão meios para criticar a ordem estabelecida.

Referência Bibliográfica:•Soares, Rosangela de F. R. and MEYER, Dagmar E. Estermann. O que se pode aprender com a “MTV de papel” sobre juventude e sexualidade contemporâneas?. Rev. Brás. Educ. [online]. 2003, n.23, pp. 136-148. ISSN 1413-2478.

Ler é importante, nos faz refletir ...

Olá pessoal, neste blog procuramos apontar algumas idéias sobre a influência da mídia na vida dos jovens e em sua sexualidade, neste sentido postamos alguns artigos que pudessem nos fazer refletir sobre algumas questões referentes a esta proposta. Desta forma, acreditamos que o artigo “A fama e a influencia da mídia na felicidade dos jovens” é um bom texto para pensarmos sobre a questão da influência da mídia, em diversas esferas da vida do jovem, e seu poder de criar desejos e comportamentos.
E o texto " A telenovela Malhação e seus modos de endereçamento", é um excelente texto para avaliarmos como especificamente a novela malhação, induz nos jovens um certo tipo de comportamento. Leiam e vejam a avaliação da autora. É bem interessante.
Boa leitura!

sábado, 4 de julho de 2009

Mídia como um meio de influencia na criação de uma "nova" identidade juvenil

Disponibilizamos o site da Malhação. Lá vocês encontram, produtos a serem comprados, os personagens da novela, a revista virtual e outras "coisitas" a mais, que são considerados entretenimento para os jovens e para nós um meio engendrar uma identidade juvenil.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Se liguem no NX Zero cantando Bem ou Mal, um dos temas de abertura da Malhação


Dêem só uma olhada na quantidade de fãs que tem no show, é muita gente!!!!!!!
Acho que todos vão concordar que não só a música mas a própria banda, ambas são a cara da Malhação. E pra quem curte, além de NXZero o Marcelo D2, no finalzinho do vídeo ainda tem uma palinha da música "Qual é?".
É só diversão !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Recorte do trabalho de campo

TODATEEN
O nosso trabalho de campo, teve como recorte a análise de dois "artefatos culturais": a novela Malhação e a revista Todateen. Além de todas as referencias feitas a questão das relações amorosas das jovens, a maneira de se vestir, as bandas musicais e outos aspectos, o site da revista apresenta uma seção denominada "tira-duvidas". Esta seção se propõe a esclarecer dúvidas relativas a paquera, veja:http://www2.uol.com.br/todateen/tiraduvidas/fala_menina.shl ;
E ainda esclarece dúvidas sobre sexualidade, confira:

Capas de revitas destinadas ao Público Jovem

Avaliem estas capas e vejam se elas influenciam a vida do jovem em sua totalidade, principalmente no que diz respeito sexualidade juvenil! A começar pela extinta, mas inesquecível revista MTV. Atenção aos destaques da revista!

  1. Sexo nos dias de hoje;
  2. Encalhados;
  3. Abuso;
  4. Paquera.


Site da MTV:http://mtv.uol.com.br/

Yes! Teen

Vejam o ator de Malhação( novela direcionada aos jovens) dizendo que: "Já me apaixonei por uma garota pelo MSN" A influência dos meios de comunicação abarca todos.
Site:http://www.yesteen.com.br/blog/index.jsp;jsessionid=BBA09D8441595ACA0B650A7846E8766F



Atrevida

Atenção para:" Os meninos são idiotas, temos que tomar cuidado com eles..."

Site:http://atrevida.uol.com.br/

Todateen

Destaque para: "Se ligue nas pistas que o cara dá e acerte quando for chegar junto"

Site:http://www2.uol.com.br/todateen/home/index.shl








Capricho

Nesta revista além da imagem do as atores, que é um atrativo para as jovens, que são publico alvo destas revistas, destacamos a frase:"Como conquistar um garoto tímido".

Site:http://capricho.abril.com.br/home/


É notório que estas revistas influenciam no modo de ser e de viver a juventude e sexualidade juvenil. Principalmente no que se refere às meninas, porque seu conteudo é exclusivamente voltado para elas.Vejam como a linguagem utilizada nas capas tambem é um atrativo para os jovens.

terça-feira, 30 de junho de 2009

Música de abertura da malhação-2009



Este é o tema de abertura da malhação. Fazendo uma articulação da novela com a música deste ano e dos anos anteriores, pudemos perceber que a mesma é intrínseca ao conteúdo da novela.
Desta forma, inferimos que suscinta no jovem uma escolha na vida, uma posição entre o bem e o mal, o que tem total ligação com os personagens e suas relaçoes apresentadas na novela. Observamos que nela sempre aparece um momento de decisão, de escolha do jovem. Escolha esta de profissão, de grupos, de identidade, relações afetivas e outras.Um ponto também que elencamos, é a escolha da banda NX Zero, pelo produtor da novela ou por algum profissional da produção, que é uma banda que atinge ao público jovem, com o qual este se identifica, demonstrando assim uma intencionalidade implicita da mídia, em atrair este público como partícipes da audiência garantindo assim o sucesso da Malhação.

Bem ou Mal
Nx Zero
Composição: Diego Ferrero / Leandro Rocha / Túlio Dek

O começo e o fim podem ser iguais/Depende de quem vai achar uma resposta/A inveja que mata não me afeta mais/Pois o que conquistei tem o direito de ser meu./(Entre o bem e o mal, e a escolha certa/Pouco tempo pode ser demais pra quem sabe o que quer/Pra quem respeita a vida e assim mesmo/O tempo muda sempre cada vez mais/E dentro de você existe o bem e o mal e a escolha certa)/A vida é curta demais pra sempre reclamar /e não correr atrás dos sonhos que almeja o que você me diz, não me afeta maispois o que conquistei tem o direito de ser meu/(Entre o bem e o mal, e a escolha certa/Pouco tempo pode ser demais pra quem sabe o que quer/Pra quem respeita a vida e assim mesmo/O tempo muda sempre cada vez mais/E dentro de você existe o bem e o mal e a escolha certa)/Então chega ae Túlio Dek,Então vai!/Então faça a sua escolha logo e se decida/Vai querer o mal ou o bem pra sua vida?/O tempo é muito curto, não pode demorar/Escolha qual caminho você vai querer trilhar/Tudo nessa vida é merecimento/O que a brisa leva, volta com o vento/Se não se decidiu, então corra atrás/Entre o bem e o mal, eu fico com a paz!/E pouco tempo pode ser demais pra quem sabe o que quer/Pra quem respeita a vida e assim mesmo/O tempo muda sempre cada vez mais/E dentro de você existe o bem e o mal e a escolha certa...

Confiram as letras dos anos anteriores e vejam se elas apresentam alguma relação com o conteúdo que é transmitido na novela, como relações afetivas, mudança de atitudes e outros.
  • 2007/2008
  • 2006

http://vagalume.uol.com.br/malhacao/charlie-brown-jr-lutar-pelo-que-e-meu.html

sábado, 27 de junho de 2009

Resenha de:O que se pode aprender com a “MTV de papel” sobre juventude e sexualidade contemporâneas.




SOARES, Rosangela de F. R. e MEYER, Dagmar E. Estermann. O que se pode aprender com a “MTV de papel” sobre juventude e sexualidade contemporâneas. Revista Brasileira de Educação. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Faculdade de Educação. São Paulo, mai-ago, número 23, 2003.

As autoras afirmam que há a emergência de uma “nova” identidade juvenil e que deve ser pensada a partir da cultura juvenil e o crescente complexo global da mídia. Assim para as autoras estamos vivenciando um contexto, no qual a construção discursiva e social da juventude, que vai para além do âmbito da escolarização não se limita a ele, mas também abarca outros espaços pedagógicos. Como por exemplo, os meios de comunicação de massa que são considerados pelas autoras, como artefatos culturais, onde se inclui revistas e programas de televisão. Soares e Meyer se propuseram a analisar a revista MTV, que é um artefato cultural, como foi supracitado, que produz significados, ensinando determinado comportamento e os intitulando como os comportamentos adequados. Esta revista teve seu lançamento em março de 2001, sendo que apenas o Brasil, foi contemplado com a produção da mesma A partir da análise desta revista, pelas autoras se tem a intencionalidade de avaliar como este artefato cultural ajuda a constituir as formas de ser e de viver a sexualidade juvenil na contemporaneidade.
As autoras colocam que houve com o passar do tempo novas significações no que diz respeito à linguagem, cultura, currículo e pedagogia. As teorias Educacionais pós-críticas estão encarregadas de explicar estas mudanças. De acordo com esta teoria, a produção de conhecimento, as práticas sociais e culturais a ela vinculadas são entendidas como um movimento provisório, inserido e imbricado em relações de poder. Assim aponta-se para o pressuposto de que nada é natural, nada está dado de antemão e tudo pode ser passível de ser problematizado.
No contexto desta teorização a linguagem funciona como elemento central da organização social e da cultura e é fruto das relações de poder. Está totalmente relacionada e implicada com a produção daquilo que reconhecemos como nós e eles, certo e errado, igual e desigual. Desta forma, a linguagem esta implicada com a produção das identidades e das diferenças, com as hierarquizações e desigualdades presentes nas sociedades e culturas diversificadas. Este é o sentido de linguagem trabalhado no texto pelas autoras.
Diferença e identidade também são aspectos utilizados pela autora para teorizar a temática. Ambas as categorias são culturalmente produzidas. São dadas de acordo com as relações sociais e culturais, são atravessadas pelas relações de poder que estão presentes nos sistemas de significações. São relacionais e mutuamente dependentes. Isto se deve ao fato de que para a existência da identidade requer a fundamentação em algo externo a ela, sobre outra identidade, que não é a dela, sobre a diferença. Assim a identidade é marcada pela diferença, sendo ambas produzidas, ao mesmo tempo, no interior de processos de diferenciações, cujos resultados, são a identidade e a diferença.
O corpo é colocado como um exemplo, é tanto operador quanto um território importante dos processos de diferenciações, e isso é muito evidente e significativo, para as autoras, para se discutir sexualidade e gênero em sua relação com a juventude. Tornar-se hetero ou homossexual, homem ou mulher, envolve aprendizagens que estão inscritas nos corpos. Aprendizagens estas que estão invisíveis e tidas como comportamentos normais e naturais da anatomia de cada ser humano, ou devido aos hormônios que delimitam as identidades sexuais e de gênero desde o nascimento. Assim o corpo está envolvido nos processos de classificação e hierarquização cultural e social das diferenças, como também nos processos que buscam definir as identidades sexuais e de gênero. Diante disto, o questionamento que é feito pelas autoras, não é o fato de uma pessoa ser homossexual e a outra heterossexual, mas quais os mecanismos presentes na sociedade que colocam o hetero como normal e o homo como anormal. Que sistema de classificações é este, que classifica diferença e identidades como anômalas. Há na sociedade um sistema de classificações perpassado pelas relações de poder que indica quem é gordo, quem é magro, o que é ser saudavel e outros aspectos.
Teorizaçoes como estas realizadas pelas autoras, mostram como o processo educativo se faz para além dos espaços formais de aprendizagem, se estendendo aos meios de comunicação, brinquedo, literatura, que concebem formas conflitantes de viver a juventude, o corpo, a juventude e a sexualidade.
As autoras não desconsideram a importância da escola no processo de aprendizagem do jovem. Pontuam que, é um espaço de aprendizagem especifica e difrenciada, que não pode ser realizada em outro local. É considerada uma instituição que interfere, aprofunda ou fragiliza as aprendizagens que fazemos em outras instancias sociais, ao que as autoras denominam como pedagogia cultural.
No subtítulo “Apresentando o admirável mundo MTV”, as autoras relatam um breve histórico sobre a MTV (Music Television) descrevendo o momento de seu surgimento - em 1981 nos Estados Unidos - seus objetivos iniciais e também a forma como a emissora cresceu e se expandiu.
As autoras salientam o fato da MTV sempre divulgar a si mesma, além dos produtos de seus patrocinadores, e que isto é uma tendência observada no site, na emissora e na revista. Devido seu caráter global, acredita-se que a MTV deseja criar uma cultura juvenil no mundo como um todo, através do consumo não apenas dos produtos que ela exibe, mas também dela própria, isto é, a emissora, o site e a revista. De acordo com uma pesquisa realizada em 45 países do mundo, estima-se que a MTV é “um dos fatores mais significativos para os gostos e comportamentos compartilhados pelos adolescentes de classe média que participaram de tal pesquisa”. (Soares e Meyer, 2003, 140)
No texto, o jovem ao qual a MTV se dirige, é denominado “Cidadão MTV”. De acordo com as autoras este é um jovem que teria uma consciência profunda de seu lugar na sociedade. Podemos então compreender a razão da frase “faça a sua parte” estar presente em todas as campanhas sociais abordadas na revista, ou seja, na MTV de papel.
Ao descrever o “cidadão MTV” o texto remete a uma matéria publicada na revista MTV brasileira, onde se afirma que na atualidade todos os continentes assistem a MTV, pois literalmente esta atingiu uma dimensão global, inovando na linguagem televisiva, com planos curtos, rápidos, fragmentados. Esta linguagem MTV é similar em todos os países em que é transmitida, porém também é feita uma combinação às particularidades das programações locais, mistura-se o global ao local.
É nesta demarcação que as autoras afirmam que a partir dos anos 50 e 60 os jovens começam a se diferenciar dos adultos, adquirindo um rosto próque a partir dos anos 50 e 60 a juventude começa a se diferenciar dos adultos, adquirindo um rosto pr uma dimensçprio e como conseqüência tornando-se alvo do mercado, desde então este fenômeno vêm aumentando. No Brasil, os anos 90 marcam um enorme crescimento do mercado para o público jovem, envolvendo revistas, direcionadas especificamente para jovens, e na televisão, programas de auditório e novelas.
O texto demonstra que na MTV juventude e sexualidade são sempre temas centrais, há uma grande diversidade de programas abordando esta temática na emissora e também nas páginas da revista, o que caracteriza uma busca por tornar-se um referencial na popularização da sexualidade, evidenciando o quanto ela está relacionada à juventude, neste sentido, as autoras destacam alguns dos programas e matérias que comprovam esta proposição.
Trata-se, portanto de um texto útil para quem tem interesse em estudar a temática da juventude, considerando as implicações geradas pela mídia no desenvolvimento da sexualidade nesta etapa da vida humana.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Diversão ou Manipulação?











Midia influencia o comportamento dos jovens


Pesquisa realizada pela Unesco em 23 países, incluindo o Brasil, revelou que 93% das crianças têm acesso a televisão. E pelo menos 44% delas não sabem diferenciar a realidade do que é mostrado na tela. Na adolescência, a TV não perde seu lugar de destaque. Mas, de acordo com pesquisa que o suplemento Pop (O Popular – GO) realizou com 155 jovens de 40 países, via internet, um total de 132 afirma estar ciente da influência negativa de alguns meios de comunicação.
A socióloga Ivanilde Moura acredita que a televisão funciona como uma faca de dois gumes: "ao mesmo tempo que aliena, ela também desperta. O ponto negativo é o estímulo gratuito ao erótico".
Para Márcio Schiavo, especialista em comunicação, a mídia influencia negativamente quando exibe modelos comportamentais que podem ser seguidos eventualmente, sem que sejam avaliadas as conseqüências, como situações de violência e de uso de drogas.
A terapeuta Carlota Ximenes explica que os jovens são facilmente influenciados pela mídia, pois estão numa fase de transição, na qual fazem de tudo para chamar a atenção. "Um distúrbio psicológico aliado à influência da mídia pode ser desastroso", explica.
Há situações em que a influência da mídia não resulta em violência, mas sugere um comportamento distorcido. O cirurgião Sérgio Aidar informa que têm recebido em seu consultório muitas adolescentes com desejo de mudar o corpo, através da lipoescultura e do implante de silicone, para ficarem iguais a alguém famoso. "Elas cobram um peito igual ao da Feiticeira", destaca. Sérgio aponta que a mídia tem falado muito em cirurgias e que o programa Malhação, da Rede Globo, divulga a forma física ideal.
Outro indício do impacto da TV é o fato de as escolas de idioma italiano estarem registrando aumento no número de matrículas, graças à popularidade da novela Terra Nostra.

Fonte: Pop/O Popular - GO, pg. 3, 16/03 – Débora Pelles


O que se infere desta reportagem, é a grande influencia da mídia nas formas de ser de pensar da juventude. Comprovadamente, a mídia é partícipe do sistema de classificações, presentes na sociedade, ditando, ou melhor, impondo de forma implícita as formas de ser e de viver a juventude principalmente, no que diz respeito a sexualidade, como é o caso da revista todateen e a novela Malhação que estão sendo analisadas em nosso trabalho de campo.